Da escassez à abundância

Assim que chegou à Dinamarca, Selina Juul - vinda de uma cidade como Moscovo, onde era comum haver escassez de produtos alimentares - ficou primeiro maravilhada com a abundância nos supermercados dinamarqueses, mas, de seguida, chocada com a quantidade de comida que ali era desperdiçada.

No ano de 2008, decidiu criar uma página no Facebook sobre desperdício alimentar e, em apenas uma semana, tornou-se numa figura nacional. Começou pelos supermercados: a Rema 1000, por exemplo, uma cadeia de supermercados com 283 lojas em toda a Dinamarca, decidiu começar a oferecer descontos em produtos comprados à unidade, em vez de descontos que valorizem a compra em quantidade, afirmando que esta medida foi inspirada pela Selina.

Selina Juul

Selina Juul - fonte da imagem: BBC

Segundo Max Skov Hansen, gerente de loja, o staff da sua loja costumava deitar fora entre 80 a 100 bananas por dia na sua loja e desde que afixaram um cartaz com o título “Leve-me, estou solteira!”, conseguiram reduzir o desperdício de bananas em 90%.

De seguida, Selina concentrou-se nos consumidores, responsáveis pela maior quantidade de desperdício na cadeia alimentar. Publicou um livro de cozinha dedicado ao aproveitamento de sobras e hoje trabalha com 3 governos no desenvolvimento de programas educativos nas escolas para aumentar a consciência das crianças face ao problema do desperdício alimentar e à necessidade de uma melhor gestão da alimentação.

Finalmente, virou-se para os restaurantes, conseguindo distribuir mais de 80.000 recipientes alimentares para levar sobras de refeição para casa, aos proprietários de restaurantes espalhados por todo o país. Toda a sua vida passou a girar em torno da luta contra o desperdício alimentar. Porquê? Segundo Selina, “Porque é falta de respeito.”, afirma.

E vai mais longe, acrescentando que “o desperdício alimentar demonstra um desrespeito pela natureza e pela sociedade; desrespeito pelas pessoas e pelos animais que produzem alimentos; é uma falta de respeito pelo nosso próprio tempo e dinheiro, porque estamos a deitar fora a comida que comprámos, gastando tempo e dinheiro”. O governo dinamarquês atribui a Selina a responsabilidade pela incrível redução do desperdício alimentar no país. E se pensarmos que este país conseguiu reduzir em mais de 25% o seu desperdício alimentar, em apenas cinco anos, é fácil concluir que nunca se deve subestimar o poder de uma única pessoa que acredita verdadeiramente numa causa.

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