Soluções sustentáveis

À medida que o mundo se compromete em reduzir as emissões de dióxido de carbono e lidar com o problema do aquecimento global, surgem cada vez mais e melhores ideias que nos permitem viver de forma mais sustentável.

A verdade é que as embalagens tradicionais têm de ser repensadas. Enquanto o problema do plástico está a ser falado em todo o mundo, ainda não existem muitas alternativas ao uso excessivo do papel e dos seus derivados.

Embora necessário, a produção de papel é responsável por um enorme uso de água, consumo de energia e emissões de CO2. É aqui que o conceito de embalagens sustentáveis entra na equação.

Embalagens sustentáveis: o que são?

De uma forma simples: o mundo precisa sempre de encontrar soluções economicamente rentáveis para o produtor, acessíveis ao consumidor e que respeitem o ambiente. Estes três pilares estão interligados e é impossível olhar para o tema da sustentabilidade sem ter os três em conta.

São, por isso, precisas novas formas de melhorar o custo e qualidade das embalagens que usamos, enquanto que, ao mesmo tempo, se reduz o seu impacto ambiental. Falemos do papel e cartão.

Mas há boas notícias: o futuro das embalagens de papel também pode ser sustentável. Perceba como.

 

Acrescentar relva ao papel

Em 2016 uma startup alemã, Creapaper, descobriu que adicionando 40% de relva – ou palha – à mistura de madeira é possível reduzir dramaticamente a quantidade de água e de CO2 emitido na produção de papel.

Os números associados à produção de papel descem drasticamente. Agora passam a ser apenas necessários 2 litros de água, 136 kWh e apenas 1,2 toneladas de erva por cada tonelada de polpa à base de erva destinada à produção de papel. Isto traduz-se numa redução do uso de água e de energia na ordem dos 99% e 97% respetivamente! Além disso, não são necessários quaisquer químicos para tratar a polpa feita de erva, enquanto que a produção de papel a partir de madeira depende do uso de químicos como sulfatos e sulfitos de sódio.

O papel feito a partir de relva é reciclável e compostável e pode ser usado em embalagens de alimentos (por exemplo, frutas, legumes, ovos, leite, etc.), alimentos secos (como cereais, confeitaria e produtos de panificação) e cosméticos e produtos farmacêuticos.

 

E as emissões de dióxido de carbono?

Esta aparentemente pequena mudança permite reduzir as emissões de CO2 em 75%. E repare-se que o impacto da produção de papel em termos de CO2 não se resume à produção, havendo muitos processos que contribuem para estas emissões, como transporte da matéria-prima. Para produzir papel, a madeira tem que se deslocar uma média de 4.000 km até chegar às fábricas. Com papel feito de relva ou palha pode reduzir-se estas deslocações para apenas 100 km ao usar matéria-prima cultivada localmente.