Os dez países mais limpos: quem lidera nas energias renováveis
As energias renováveis já representam mais de um quarto da produção mundial de energia elétrica. A Europa produz mais eletricidade proveniente de fontes renováveis do que de combustíveis fosseis, marco atingido pela primeira vez em 2020 e que se manteve nos anos seguintes. Conheça os países que lideram esta transição.
Fontes de energia renovável e não renovável: qual a diferença?
Antes de passarmos à lista dos países mais “limpos”, comecemos pelo início. Afinal, o que distingue estes dois tipos de fontes de energia?
De forma muito simples, as fontes de energia renovável não se esgotam. Ou seja, são fontes naturais e, por isso, têm a capacidade de se regenerar de forma contínua, sem necessidade de intervenção humana. A sua utilização não implica a emissão de gases com efeito de estufa (GEE), como o CO₂, sendo, por isso, muitas vezes apelidada de energia “limpa” ou energia “verde”.
Pelo contrário, as fontes de energia não renovável, ou combustíveis fósseis, têm reservas limitadas, ou seja, são recursos que se esgotam. Além disso, o seu processo de obtenção é lento, o que faz com que seja difícil acompanhar o ritmo de consumo atual.
Utilizar fontes de energia renovável contribui para a sustentabilidade dos recursos naturais do planeta, não comprometendo as gerações futuras. É, assim, importante repensar a forma como, mundialmente, se produz energia.
Que países lideram o ranking mundial de produção de energia renovável?
A utilização de eletricidade associada a fontes de energia renovável é um futuro cada vez mais presente. Dados de 2023 indicam que 30% da eletricidade consumida no planeta é proveniente de fontes renováveis. Os dados são da consultora Enerdata que, anualmente, publica um estudo sobre a produção e consumo de energia a nível mundial e o seu impacte ambiental.
O mesmo estudo indica que o maior produtor de energia “limpa” é a Noruega, onde 98,3% da energia produzida é proveniente de fontes renováveis. Na segunda posição está o Brasil, com 89,3% de energia renovável, que ultrapassou novamente a Nova Zelândia (que manteve a sua posição face a 2022 e ocupa o terceiro lugar com 87,6%). Portugal ocupa a sexta posição, subindo uma posição face a 2022, com 75,5% da energia produzida através de fontes renováveis, um aumento de 14,5% face ao ano anterior.
Noruega 98,3%; Brasil 89,3%; Nova Zelândia 87,6%; Dinamarca 87,2%; Portugal 75,5%; Suécia 69,4%; Canadá 67,2%; Colômbia 66,4%; Chile 63,7%; Alemanha 53,5%. Fonte: Enerdata, dados de 2023.
Porque é que devemos transitar para as energias renováveis?
As elevadas emissões de GEE associadas às fontes de energia não renovável são uma das principais responsáveis pelas alterações climáticas, que se manifestam, por exemplo, através do aumento do nível das águas do mar, do aumento das temperaturas médias mundiais e da perda da biodiversidade. Ou seja, a utilização de fontes de energia não renovável impacta diretamente o futuro do nosso planeta.
Assim, esta transição passa sobretudo pela descarbonização da produção de eletricidade a partir da utilização de fontes de energia renovável, em comparação com fontes de energia não renovável.
Como resposta, têm sido lançadas ambiciosas políticas ambientais na União Europeia, EUA, China, Índia, Japão e Austrália. A redução dos custos de desenvolvimento das tecnologias que permitem a obtenção deste tipo de energia nos últimos anos também alargou a procura por produção renovável. Através do Pacto Ecológico Europeu, a União Europeia assumiu o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050.
Quais as fontes de energia renovável mais utilizadas?
O vento e o sol (fontes das energias eólica e solar, respetivamente) são as fontes de energia renovável que mais cresceram a nível mundial. Os dados da Enerdata indicam que, em 2023, a utilização de energia eólica e energia solar combinadas foi de 13,7%, um crescimento de 1,4% em comparação com 2022.
O estudo aponta que, em 2023, a produção de energia proveniente de fontes renováveis na União Europeia foi cerca de 45%, sendo que a energia eólica e a energia solar geraram praticamente 27% de toda a eletricidade, um aumento próximo dos 4% face ao ano anterior, superando pelo segundo ano consecutivo a utilização de gás natural.
A estrada é longa, mas os factos indicam que estão a ser feitos esforços mundiais no combate às alterações climáticas, com resultados visíveis. Pela primeira vez na Europa, há mais eletricidade a ser produzida a partir de fontes renováveis do que de combustíveis fósseis. Mais do que uma boa notícia, é também a certeza de estamos a caminhar em direção a um futuro mais sustentável.