Plástico: como tudo começou
A história do plástico teve início em 1862, quando Alexander Parkes descobriu um material orgânico derivado da celulose, na tentativa de encontrar um substituto para a borracha. Este material, quando aquecido e moldado, conservava a sua forma depois de arrefecer.
Mais tarde, em 1869, John Wesley Hyatt inventou o primeiro polímero sintético para substituir o marfim. À data, o marfim era amplamente utilizado, por exemplo, em teclas de piano, mas o seu abastecimento dependia do abate de elefantes selvagens e, portanto, o plástico surgiu como uma alternativa muito bem-vinda.
Foi só no século XX que a utilização de plástico no mundo se massificou, quando Leo Hendrik Baekeland criou a primeira resina totalmente sintética. Daí até ocupar todas as esferas da nossa vida, foi “um instante”.
Um mal necessário?
Há situações onde o uso de plástico é uma verdadeira necessidade, nomeadamente na produção de material médico como cateteres, filtros, próteses, seringas, máscaras, entre outros. É também muito conveniente a nível da indústria e, consequentemente, no dia a dia de cada um, permitindo otimizar o transporte de bens, por ser um material muito leve (o que leva a uma menor emissão de CO2), melhorar a conservação de produtos alimentares (contribuindo para que haja menos desperdício alimentar), e o acesso a roupas, móveis, eletrodomésticos… enfim, um sem número de artigos, de forma prática, duradoura e acessível.
No entanto, se é verdade que o plástico veio contribuir, em muito, para o desenvolvimento da sociedade, também é verdade que o seu descarte incorreto gera poluição, nomeadamente dos mares e dos rios e, consequentemente, pode ameaçar a biodiversidade.
Mais do que o uso excessivo, a preocupação é, sobretudo, o seu incorreto descarte. Para que ganhe uma nova vida, o plástico deve ser encaminhado para reciclagem. Quando tal não acontece, acaba frequentemente no mar.
É por isso que se torna urgente, não só limpar este lixo plástico que foi incorretamente descartado, como adotar formas de utilização mais conscientes.
Siga as nossas dicas para fazer compras de supermercado sem plástico descartável e para evitar o uso de plástico no seu dia a dia.
8 factos sobre o plástico no mundo
Como prometemos no início do artigo, damos-lhe agora a conhecer oito factos sobre o uso de plástico no mundo.
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Produzem-se mais de 300 milhões de toneladas de plástico por ano.
As embalagens correspondem a cerca de 26% desta produção. Na União Europeia, já foi aprovada a proibição do uso de determinado tipo de plásticos de utilização única, como palhinhas e cotonetes.
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Apenas cerca de 14% do plástico é recolhido para reciclagem.
A reciclagem é uma medida fundamental já que, em termos de emissões de CO2, a reciclagem de 1 milhão de toneladas de plástico equivale a retirar 1 milhão de carros das estradas.
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Há cinco “ilhas de plástico” a flutuar no mar.
São “ilhas” compostas pelos mais variados tipos de plástico, inclusive embalagens. A mais conhecida é a Grande Ilha de Plástico do Pacífico, localizada entre o Havai e a Califórnia, que tem três vezes o tamanho de França. Até no gelo do Ártico e no topo do Monte Evereste já foram encontrados microplásticos.
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Existem mais de 150 milhões de toneladas de plástico nos oceanos.
Todos os anos, uma estimativa de 4,8 a 12,7 milhões de toneladas de plástico entra nos oceanos.
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Cerca de 49% dos resíduos encontrados no mar são plásticos descartáveis.
Por plásticos descartáveis entenda-se materiais como garrafas e tampas, embalagens de comida, talheres, cotonetes ou beatas de cigarro.
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Há “redes-fantasma” a poluir os oceanos.
As “redes-fantasma” referem-se às redes de pesca que são descartadas ou perdidas no mar, e que podem por lá permanecer por vários meses ou anos. Cerca de 27% do lixo marinho é proveniente dos resíduos das pescas e da aquacultura.
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Também os seres humanos, a par dos animais, ingerem plástico.
A ingestão de plástico já provocou ferimentos e até a morte de vários animais marinhos. Mais recentemente, foi detetada a presença de microplásticos nos seres humanos, por ingestão através da cadeia alimentar, embora não haja ainda evidência sobre as suas consequências para a saúde.
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Espera-se que a quantidade de lixo nos oceanos quadruplique até 2050.
Novos estudos estimam que, até 2050, haja quatro vezes mais lixo plástico nos oceanos do que existe atualmente. Esta situação poderá contribuir para aumentar a vulnerabilidade de muitas espécies marinhas como aves, tartarugas, golfinhos ou focas, sendo mesmo possível que, no futuro, haja mais plástico do que peixes no mar.