A menina americana que conquistou o mundo
Abóbora, cabaça, gila (ou chila), menina ou até manteiga, são nomes usados para chamar algumas das inúmeras variedades do género botânico Curcubita. Graças ao seu sabor e valor nutricional, este vegetal – que, na verdade, é o fruto da aboboreira! – tornou-se cada vez mais versátil.
A família Curcubita inclui as espécies conhecidas de forma genérica como abóbora e é originária da América Central. Com a proximidade às Américas do Norte e do Sul, acabou por migrar e tornou-se um ingrediente indispensável nas cozinhas e nas culturas americanas.
Mas a vontade de viajar que a abóbora tinha não podia ser contida, tendo por isso demorado pouco até visitar os quatro cantos do mundo.
Multiplicaram-se as variedades, as cores e os formatos.
Hoje em dia, engloba dezenas de espécies – as mais populares e comuns são cinco – e é apreciada nas cozinhas de praticamente todo o mundo.
Quais são as abóboras mais populares?
Certamente já terá visto vários tipos de abóboras nas idas à mercearia ou ao supermercado. E também já pode ter visto variedades decorativas em jardins e quintais – estas últimas não são comestíveis, mas são muito bonitas. As variedades mais comuns para consumo alimentar são:
- Abóbora-menina: é grande, de casca lisa e cor de laranja;
- Abóbora-chila: também conhecida como gila, tem casca verde e branca, sendo parecida com o melão;
- Abóbora manteiga: conhecida como abóbora pequena, é a popular Butternut (na expressão anglo-saxónica), em forma de cabaça e de cor alaranjada;
- Abóbora-porqueira: é grande e de casca rugosa e amarela;
- Abóbora Muscat de Provence: é parecida com a abóbora-menina, mas mais achatada.
Estas variedades diferem ligeiramente no sabor e textura, especialmente a abóbora-chila, cuja polpa é bastante mais fibrosa que as outras. Mas se é fã dos pastéis de gila, típicos do norte de Portugal, sabe do que estamos a falar.
Então e as sementes de abóbora?
As sementes são frequentemente consumidas como snack, incorporadas em saladas, pães, barras de cereais ou inseridas em sopas. São ricas em proteínas e em minerais como zinco, magnésio e fósforo – o seu cérebro agradece.
Que tipos de receitas com abóbora pode fazer no dia a dia?
Este é um alimento que pode ser incorporado em praticamente todo o tipo de receitas e pratos, de sopas a doces, passando por pastas e sem esquecer os purés. A única coisa que pode fazer falta é a criatividade e inspiração. As crianças tendem a gostar de abóbora já que é adocicada e tem uma cor vibrante.
Porque não experimentar trocar a tradicional sopa de batata por um creme de abóbora e manjericão? Ou dar um twist à lasanha comum, cozinhando uma lasanha de abóbora? Para um prato colorido e diferente, não deixe de provar abóbora Butternut recheada com quinoa. E se tem uma perdição por doces, não vai querer perder bolo de abóbora com nozes, doce de abóbora caseiro, umas broinhas de abóbora e batata-doce, ou os natalícios bolinhos de jerimu.
Doçura ou travessura: como a abóbora se tornou um ícone do Halloween
Já vimos que a abóbora tem mais do que razões para brilhar na cozinha, mas há uma outra ocasião onde ela brilha, literalmente; é no dia 31 de outubro que, em muitos países, existe a traição de celebrar o Halloween (ou Dia das Bruxas), na véspera do Dia de Todos os Santos.
Sim, falamos das abóboras esculpidas em forma de lanterna, geralmente com caras assustadoras, dentro das quais se coloca uma vela. Este tipo de lanterna é conhecida em inglês como jack-o’-lantern e foi levada por emigrantes irlandeses para os Estados Unidos.
A lenda tem origem na Escócia e Irlanda: as lanternas do Dia das Bruxas serviam para afastar maus espíritos e em especial uma conhecida alma penada, “Stingy Jack” – daí o nome, jack-o’-lantern (Lanterna do Jack). No entanto, as primeiras lanternas eram esculpidas em nabos, batatas ou até beterrabas.
Quando os emigrantes irlandeses nos Estados Unidos se depararam com a abóbora – até então praticamente desconhecida na Europa – rapidamente se aperceberam que daria uma jack-o’-lantern perfeita. E não é que estavam certos?
Se é fã do Dia das Bruxas e em particular do Halloween, não deixe de fazer a sua própria jack-o’-lantern. No entanto, não desperdice a deliciosa polpa. Em vez disso, retire-a cuidadosamente com uma colher e use-a numa saborosa receita. Quanto à sua lanterna, dê azo à criatividade para a tornar bem assustadora!